Depois de algum tempo sem assustar, a PL 122 retorna novamente ao auge de sua provocação, não somente à bancada evangélica, mas a todos àqueles que prezam pela manutenção dos princípios elementares que, desde muito, nortearam a nossa sociedade.
É fato que o desrespeito aos homossexuais, negros, pobres, prostitutas e aos mazelados da sociedade, deve ser criminalizado, assim como, em muitos casos, já o é. Entretanto, o que temos visto com o Projeto de Lei em questão, é a total negação da liberdade de expressão daqueles que desaprovam a conduta homossexual.
Hoje me sinto como que numa ditadura contemporânea. Sou obrigada a aceitar que qualquer princípio é válido, menos o cristão. A ditadura contemporânea descarta completamente a possibilidade de um individuo optar pelo conservador. E neste caso, não é que os conservadores serão reprimidos, isolados, discriminados pela sociedade, muito pelo contrário, qualquer um que se manifeste de tal forma, será responsabilizado criminalmente. Veja aonde chegamos.
Sinto-me estranha ao pensar que eu poderei responder criminalmente ao ensinar meus filhos que a prática homossexual é pecado aos olhos de Deus. É controverso pensar numa sociedade que faz apologia a liberdade de expressão, que defende os direitos homossexuais, mas que criminaliza a exploração da identidade heterossexual. É uma antítese das grandes pregar o que a PL 122 defende. É, inclusive, uma ameaça à liberdade que eu, como cristã, tenho de EXERCER meus princípios que, diga-se de passagem, nunca se tornarão absoletos.
Eu sei separar identidade de comportamento e é isso que a bíblia me ensina. Eu sei respeitar um homossexual, mesmo o desaprovando em seu comportamento. Isso é cristianismo, isso é, ou devia ser, a base dos Direitos Humanos.
Michelly Nascimento Barreto